Dados da Serasa Experian, em janeiro deste ano, apontam que há no Brasil mais de 63 milhões de pessoas inadimplentes - número que aumentou 2,6% em relação ao ano passado -, o que significa que 40,8% da população adulta do País tem dívidas. Os números refletem a falta de consciência em relação ao dinheiro e a defasagem no ensino que não abordou de forma eficaz a questão.
Não à toa, relatório divulgado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) inseriu o Brasil na 17ª posição, no total de 20 países, no ranking de competências financeiras de jovens. Embora a média brasileira tenha melhorado e saltado de 393 para 420, entre uma avaliação e outra, os resultados continuam preocupantes, principalmente se considerarmos que a média geral foi 505 pontos.
Como uma medida para aplacar tal defasagem, o Conselho Nacional de Educação, homologado pelo Ministério da Educação, determinou que a partir de 2020 todas as escolas deveriam incluir entre as competências de ensino a Educação Financeira de forma transversal, ou seja, nas várias aulas e projetos desenvolvidos pela unidade. A expectativa é que crianças e jovens do Ensino Infantil ao Médio possam absorver melhor o conteúdo de uma maneira prática e entendam a importância de lidar com o dinheiro.
Os primeiros resultados já apareceram em uma pesquisa divulgada também pelo Serasa Experian, que revelou que, depois de participar de projetos de Educação Financeira, um a cada três estudantes afirmou ter aprendido a importância de poupar dinheiro e 24% passaram a conversar com os pais sobre o tema.
Algumas escolas, inclusive, fazem o uso da tecnologia para auxiliar no aprendizado dessas novas competências
A Educação Financeira ainda é um tema relativamente novo aos docentes, sobretudo se considerado que na geração anterior, que hoje leciona, o tema não era debatido em sala de aula. É preciso que as escolas invistam na formação de professores e até mesmo garantam tempo para que os docentes tenham tempo hábil de desenvolver conteúdos interessantes aos alunos.
Se antigamente era ensinado adição e subtração usando palitinhos e o quadro negro, hoje é preciso ir além. Contas fixas, como luz, água e gás, cupons fiscais e boletos bancários ganharam as salas de aula e, ao que tudo indica, serão melhor avaliados para, num futuro próximo, ser melhor gerenciados pelas famílias brasileiras.