As mudanças na atividade leiteira foram tema do 5º Seminário do Leite, realizado na Associação Comercial e Industrial (ACI) de Ijuí, ao longo do dia de ontem. Participaram produtores e técnicos agrícolas do município e da região.
O seminário teve, além de informações técnicas, principalmente relativas às novas normativas 76 e 77 do Ministério da Agricultura (Mapa), um momento motivacional, com o palestrante Tomé Castro.
Pela manhã, a programação iniciou com palestra sobre Desafios da Saúde Neonatal em Terneiros, com apresentação dos avanços tecnológicos na área.
A segunda palestra abordou Novidades nos protocolos reprodutivos para incrementar eficiência reprodutiva em rebanhos leiteiros. "Talvez as pessoas da zona urbana não tenham noção de quanto a parte reprodutiva de um rebanho representa dentro da atividade. Para se ter uma ideia, se uma vaca não reproduzir, termina o tambo do leite. Então, temos essa necessidade, de que a vaca, a cada ano, tem que parir. É um desafio da propriedade, e quem está no meio sabe que essas vacas hoje com alta produtividade têm dificuldade, realmente de emprenhar novamente", comenta o sócio proprietário da Agrovel, e um dos promotores do evento, Gilmar Lang.
No período da tarde, a primeira palestra foi Tempo de Mudanças, com foco no ser humano. A última palestra abordou a gestão das propriedades.
Ao final do evento, Lang avaliou o seminário como positivo, destacando a expressiva participação do público. Questionado sobre os impactos da importação do leite em pó na produção interna do leite, o empresário pontuou ser uma briga antiga dos produtores junto ao governo federal, estadual e parlamentares. "Mas, a gente sabe dos acordos internacionais que existem e é muito difícil mexer nisso, que, com certeza, é muito prejudicial à atividade leiteira. Acaba havendo uma concorrência, não diria desleal, mas que acaba diminuindo o resultado nas propriedades em função dessa importação."
Depois de meses embalado, o setor produtivo de leite projeta para junho a primeira baixa expressiva do ano. Nos valores de referência do Conseleite, o litro está estimado em R$ 1,1297, recuo de 4,14% sobre o mês de maio. O produto tinha engatado uma estabilidade. "Acredito que a economia como um todo está passando por um momento de dificuldade, não apenas no setor lácteo, mas outros segmentos também têm diminuído consideravelmente."